Um terço das cidades de MG será afetado por cortes no ‘Mais Médicos', Santa Luzia ficará sem 12 Profissionais


Ribeirão das Neves e Divinópolis são as cidades que ficarão com maior deficit de profissionais, 
segundo Ministério da Saúde 

 Minas Gerais perderá 596 médicos cubanos depois de o governo de Cuba decidir encerrar parceria com governo brasileiro no programa “Mais Médicos”. De acordo com dados do Ministério da Saúde, os profissionais estão espalhados em 283 cidades do Estado, que tem 853 municípios no total.
Em todo País, 8.332 profissionais deixarão suas funções. A decisão em finalizar a parceria ocorreu após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). O presidente eleito criticou duramente nesta quarta-feira (14) a decisão do governo da ilha caribenha.



Apenas em Belo Horizonte são 10 médicos de origem cubana que participam do programa “Mais Médicos”.

De acordo com os dados enviados para a reportagem, Ribeirão das Neves, na região metropolitana de BH, e Divinópolis, região Centro-Oeste de Minas, são as cidades que ficarão com maior deficit de profissionais. Cada município perderá 17 vagas de médicos ocupadas neste momento por cubanos.
Na sequência, Santa Luzia, também região metropolitana de Belo Horizonte, ficará sem 14 profissionais. Contagem, Grande BH, e Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, ficarão sem 12 médicos cada.

O governo brasileiro já estava diminuindo o número de cubanos no programa. De 11.400 profissionais em 2016 para os atuais 8.332. Atualmente, o Brasil tem 18.240 médicos de diversas nacionalidades no programa federal.

Edital

Com a decisão de Cuba, o governo de Michel Temer (MDB) divulgará nos próximos dias um edital para seleção de médicos que queiram participar do programa, numa tentativa emergencial de evitar problemas maiores. Um comunicado foi enviado aos municípios que têm médicos de Cuba.

“A iniciativa imediata será a convocação nos próximos dias de um edital para médicos que queiram ocupar as vagas que serão deixadas pelos profissionais cubanos. Será respeitada a convocação prioritária dos candidatos brasileiros formados no Brasil seguida de brasileiros formados no exterior”, diz trecho da nota enviada à reportagem.

O governo federal estuda também negociar com alunos de medicina formados por meio do programa Fies (Programa de Financiamento Estudantil).

“Outras medidas para ampliar a participação de brasileiros vinham sendo estudadas pelo Ministério da Saúde, como a negociação com os alunos formados através do FIES. Essas ações poderão ser adotadas, conforme necessidade e entendimentos com a equipe de transição do novo governo”, diz outro trecho da nota.

Bolsonaro

Após o governo de Cuba anunciar o fim da parceria com o Brasil no programa "Mais Médicos", o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que todo cubano que pedir asilo no Brasil terá o pedido atendido. “Há quatro anos, o governo do PT anunciou que, caso alguém pedisse asilo, seria deportado. Não podemos admitir isso. Não podemos ameaçá-los como foram ameaçados”, afirmou.

Atualmente, parte do salário recebido pelos médicos cubanos que atuam no Brasil fica com o governo da ilha do Caribe, o que Bolsonaro critica fortemente. Para participar do programa, o governo cubano não permite, por exemplo, que o médico deixe Cuba com familiares, por exemplo. Isso ocorre para evitar que os médicos deixem definitivamente a ilha socialista.

“Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, disse Bolsonaro.

 Fonte: O Tempo
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